terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Santa Matilde é em Fibra, mas tem detalhes...


Em meados da década de 70, sua filha Ana Lídia estudava engenharia mecânica e tinha um sonho: desenhar, projetar e construir um carro esportivo totalmente nacional. Pegando o pai num bom dia, ela conseguiu convencê-lo a usar a sua fábrica de vagões e equipamentos agrícolas Santa Matilde a realizar esse sonho. Juntaram várias revistas européias de automóveis, recortaram as partes dos carros que mais acharam interessantes, caíram sobre as pranchetas e desenharam o primeiro protótipo.

 
Fizeram a primeira versão da carroceria em fibra de vidro com algumas soluções mecânicas similares ao Porsche, tais como o projeto do encaixe das portas e detalhes do chassis. Inicialmente pensaram em usar a motorização nacional do Alfa Romeo TI, mas não obtiveram bom retorno do fabricante. Já a GM se mostrou interessada em fornecer a mecânica e a assistência técnica nas concessionárias da marca. Então adaptaram ao projeto a mecânica do carro nacional Chevrolet Opala seis cilindros com a ajuda do preparador e piloto Renato Peixoto. Pronto, nascia o SM 4.1. Um esportivo nacional gran-turismo 2+2 de alto luxo e acabamento requintado.
Foi o primeiro carro nacional a reunir de série direção hidráulica, ar condicionado, vidro elétrico e freio a disco nas quatro rodas. Na época, esses eram equipamentos reunidos apenas em carros importados e de alto luxo. Geralmente os proprietários do SM 4.1 eram pessoas ricas, pois por muitos anos foi disparado o carro nacional mais caro fabricado no Brasil. Quando lançado em 1978, custava Cr$ 330.000,00, valor que representava o dobro do Chevrolet Opala Comodoro 4100 topo de linha.
Seu desenho arrojado tinha inspirações claras em esportivos clássicos europeus como os Lamborghini, Aston Martin, Porsche, Jaguar, BMW e Mercedes entre outros. Seu porte é sóbrio e elegante, diferentemente do desenho agressivo dos esportivos americanos como os Mustang, Camaro, Firebird e Corvette.

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