Em meados da década de 70, sua filha Ana Lídia
estudava engenharia mecânica e tinha um sonho: desenhar, projetar e construir
um carro esportivo totalmente nacional. Pegando o pai num bom dia, ela
conseguiu convencê-lo a usar a sua fábrica de vagões e equipamentos agrícolas
Santa Matilde a realizar esse sonho. Juntaram várias revistas européias de
automóveis, recortaram as partes dos carros que mais acharam interessantes,
caíram sobre as pranchetas e desenharam o primeiro protótipo.
Fizeram a primeira versão da carroceria em fibra de
vidro com algumas soluções mecânicas similares ao Porsche, tais como o projeto
do encaixe das portas e detalhes do chassis. Inicialmente pensaram em usar a
motorização nacional do Alfa Romeo TI, mas não obtiveram bom retorno do
fabricante. Já a GM se mostrou interessada em fornecer a mecânica e a
assistência técnica nas concessionárias da marca. Então adaptaram ao projeto a
mecânica do carro nacional Chevrolet Opala seis cilindros com a ajuda do
preparador e piloto Renato Peixoto. Pronto, nascia o SM 4.1. Um esportivo
nacional gran-turismo 2+2 de alto luxo e acabamento requintado.
Foi o primeiro carro nacional a reunir de série
direção hidráulica, ar condicionado, vidro elétrico e freio a disco nas quatro
rodas. Na época, esses eram equipamentos reunidos apenas em carros importados e
de alto luxo. Geralmente os proprietários do SM 4.1 eram pessoas ricas, pois
por muitos anos foi disparado o carro nacional mais caro fabricado no Brasil.
Quando lançado em 1978, custava Cr$ 330.000,00, valor que representava o dobro
do Chevrolet Opala Comodoro 4100 topo de linha.
Seu desenho arrojado tinha inspirações claras em
esportivos clássicos europeus como os Lamborghini, Aston Martin, Porsche,
Jaguar, BMW e Mercedes entre outros. Seu porte é sóbrio e elegante,
diferentemente do desenho agressivo dos esportivos americanos como os Mustang,
Camaro, Firebird e Corvette.
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